Comecei a ter algum interesse por essa técnica de pintura no começo da pandemia. Por que? Não sei. Nunca fui boa desenhista, nem tive contato prévio com pintura de guardanapo, muito menos com Arte com Letra Maiúscula. Mas eu gosto muito de desenhar.
Aquarela, inclusive, pra mim sempre tinha sido uma técnica esquisita, na qual você passa água na folha sulfite e o negócio vira uma borroqueira só. Mas acho que gradualmente a internet e seu algoritmo foram me mostrando trabalhos bonitos, com manchas delicadas, cores suaves, formas orgânicas, particularmente o perfil da Reina Yamada. Segundo meu histórico do Google, em 2013 (!) eu já tinha pesquisado sobre o assunto, mas devo ter me assustado com os preços dos materiais e saí vazada.
Em 2020, Luiza Normey entrou na minha vida com vídeos esteticamente aprazíveis, diretos ao ponto e encorajadores. Vi outras fontes sobre aquarela no YouTube, mas de alguma forma, sempre voltava pra ver as coisas que ela pintava. A aquarela parecia tranquilizadora, imprevisível, quase mágica, trazendo caos e beleza, deixando manchas muito parecidas - obviamente melhores - do que as texturas de Photoshop que usei pra fazer o cabeçalho do meu outro blog (aquele, acessível por três pagamentos de R$499,99) ou os muitos pacotes de ilustração digital que me encantavam. Era algo que me remetia a infância e a sonhos, e só passar a tinta no papel parecia ser a chance de eu produzir algo unicamente belo pra mim.
Então, por impulso, eu decidi comprar:
Um blocão de papel canson A3 (a opção que me parecia com melhor custo-benefício);
Dois pincéis devidamente recomendamos pela Luiza;
Duas pastilhas de aquarela Cotman (uma das muitas decisões meio bosta que tomei comprando tinta)
Nesses dois anos eu já gastei uma quantidade de dinheiro que realmente não quero saber neste hobby - sempre um pouquinho por mês, parcelado nas lojas de arte que vendem pela Shopee. Pinto muito menos do que deveria, considerando o investimento financeiro - mas continuo comprando coisas porque, mesmo sem pintar, o contato com a aquarela me trouxe uma sensação absolutamente revolucionária:
Paz mental.
Eu pintava, saia tudo errado, e eu não me sentia um fracasso, ou não me comparava automaticamente com artistas talentosíssimos que postavam reels, como sempre fiz com todos os meus outros hobbies.
Então eu fiz um caderninho A6 com algumas das minhas muitas folhas A3, pago todo mês quinze reais, (no momento da escrita desse post) pra Luiza Normey me aceitar no Clube da Aquarela dela (em que todo mês ela solta uma aulinha com uma pintura nova e ensina de um jeito bem adequado para iniciantes) e passei a me divertir muito lendo blogs sobre o assunto. Em particular, amo o site handprint.com, que tem um mundaréu de informações sobre tintas, pigmentos e informações técnicas sobre características físicas da aquarela, um paraíso pra uma nerd. As vezes eu pinto o projeto do mês, as vezes passo um tempo sem pintar, gosto de seguir alguns poucos artistas que acho incríveis (@_reina_yamada_, @angelynpeh, @maruti_bitamin, @luizanormey, @rikibeztiki) e acompanhar as discussões dos colegas de clube no telegram.
Deixo pra vocês algumas pinturas que fiz. Sei que nenhuma delas é perfeita, ou mesmo bonita, mas nesse caso eu realmente não estou nem aí kkkkkk perdão, contudo, se alguém se sentir incomodado com minha arte iniciante.
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Essa menina aleatória, que ficou com proporções faciais esquisitas e o cabelo totalmente cagado, mas teve alguns acertos e eu gostei das cores que escolhi. |
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Estava tentando aprender a pintar árvores e fui pintar maçãs com volume. Eu nunca tenho ideia e não consigo entender direito onde colocar luz e sombra. |
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A menininha do fundo amarelo tem o cabelo mais bonito que eu já fui capaz de pintar e eu gostei da cor do cabelo da outra. Me ensinem a desenhar rostos, por favor
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Aqui eu estava tentando esboçar um dos projetos do Clube da Aquarela e virou outra coisa. Eu gostei muito de ter conseguido pintar esse fundo todo colorido cor-de-burro-quando-foge! O sombreamento dos morangos, por outro lado, sofre do mesmo mal que as maçãs. |
É isso, moçada. Aceito críticas construtivas . ♡
PS: Por algum motivo eu não estou conseguindo responder os comentários do blog na maioria dos navegadores que entro (o do celular e quando acesso o modo anônimo no trabalho - o Google acha ruim e pede pra eu logar, sendo que eu literalmente estou logada). Pelo jeito só consigo fazer isso no navegador do meu computador mesmo. Peço desculpa pros amigos, eu juro que não é esnobismo ou negligência (ME DEIXA INTERAGIR, BLOGGER!!!!!!!!!!!!!!!) ♡ ♡
PPS: Esse não é um post patrocinado pela Luiza Normey, mas se ela quiser me dar um voucher pra acessar o Clube Ilimitado, eu aceito 🤪
PPPS: Vendo as fotos reparei que todos os comentários que faço nas pinturas estão em inglês. Por que isso? Meu cérebro artista foi alfabetizado em outra língua? Juro que não foi intencional, mas agora vou ficar reparando