Tuesday 23 April 2024

Feliz aniversário pra mim

O Emi's notes completa anos neste dia 22 e eu no dia 24 (:
Apesar de eu apreciar o mês de abril (porque gosto de inventar presepadas pra comemorar meu aniversário), parece que nunca consigo fazer muita coisa feliz nele, porque em geral estou lidando com o atropelo resultante da minha procrastinação crônica do começo do ano. Mas nesse tive alguns momentos bem gostosos!!!

O tempo esfriou e choveu bastantinho;
Fui visitar minha vó;
Fiz uma live na twitch depois de alguns meses;
Joguei um pouquinho de Stardew Valley e um pouquinho de The Sims;
Li um livro que eu queria muito.

Embora eu não tenha mudado nada ou quase nada na prática do meu consumo da internet (RS), os posts que escrevi e os comentários que li a respeito me fizeram pensar que o segredo (pra mim, pelo menos) é deixar o celular de lado em alguns momentos. Ou em algumas horas, melhor dizendo. Minha média de uso do celular por dia beira seis horas, e toda vez que eu vejo esse número eu me pergunto "COMO eu gastei tanto tempo aqui?" É um fucking quarto do meu dia.
Pois é. Em apps. Muitas vezes rolando a tela a esmo pra evitar minhas tarefas da vida real.

Duas derrotas: sigo sem ter dado uma pincelada de aquarela, infelizmente passarei essa celebração de aniversário sem nenhuma presepada especial.

Em termos musicais (esse post tá quase um almanaque), descobri uma música dos Beatles que eu gostei muitíssimo, dei bastante atenção pra Olivia Rodrigues e Sabrina Carpinteira e a banda no topo das minhas mais ouvidas nos últimos 90 dias segue sendo King Crimson. Não me perguntem minha opinião sobre o cd dos poetas mortos da loira pernuda, pois eu ainda não tenho uma (mas o last.fm diz que ela é minha artista mais ouvida no ultimo mês. De onde veio isso??????????).
Também passei mais ou menos uma semana dando muita moral pra minha playlist de sertanejo sofrência.

Também coloquei pilha na minha câmera compacta e fiz umas fotos aleatórias (que em algum momento eu pretendo incluir nesse post, mas não quero perder o timing da publicação agora, hehehehe)


Beijo beijo e até mais!! <3

Monday 8 April 2024

Por que não consigo ficar offline?

Ficar offline, como dizia Uaba no post que me deu o disparo pra começar a escrever isso aqui, parece a solução ideal. Limpar minha cabeça das porcarias que recebo involuntariamente e voltar a ter tempo pra fazer como um jovem nos anos 90: ler livros, conhecer os livros nas livrarias, pisar na grama, tirar fotos e esperar uma semana pra ver o resultado, ligar pra conversar com uma pessoa de verdade, usar todos os papéis que eu guardo num junk journal analógico, escrever uma carta de uma página inteira, assistir os programas de tv que a tv escolhe ao invés de ser soterrada por mil opções de streaming. 

Mas eu não consigo.

tirei essa foto pra ilustrar o post, não gostei dela mas gostei das cores pós edição

Eu gosto da internet. Eu gosto do fato de que esse blog só existe por causa dela, que me permite manter um contato com vários outros donos de blogs legais. A internet me permite conhecer pessoas legais que moram bem longe de mim, e aprender coisas que de outro modo me custariam mais tempo, dinheiro ou nem seriam acessíveis. Eu não quero renunciar a isso.
Sou uma usuária crônica do Google pra resolver minha vida, a marca de ter crescido nos anos 2000-2010. Meu histórico atual revela que nas últimas horas eu precisei descobrir quem é Peridot do Steven Universe, tentei aprender como colocar múltiplos status no widget do status cafe, o contexto da piada "todo viado é surdo" (dúvida oriunda do artigo sobre o Casseta & Planeta na wikipedia), o que é uma Pop 100 e se o tuíte "é corna mas ela dirige o carro dele todos os dias" era um meme ou uma fala genuína de alguém (dúvida oriunda dos tuítes sobre o cd novo da Beyoncé). Se eu abandonar a internet, como responderei todas essas dúvidas? Ao mesmo tempo que me pergunto isso, percebo que todas essas dúvidas vieram do uso da internet. Detesto a ideia de não saber das coisas, e estar online me proporciona aprender um monte de coisa nova - mas expondo assim me parece que nem todas essas coisas são realmente importantes.

Também venho bater ponto aqui quando estou me sentindo criativa. Tenho a impressão que nunca fui criativa offline, se eu descontar algumas histórias bobas que escrevi antes dos onze anos de idade. Meus primeiros passos no mundinho expressão da minha cabeça foi escrevendo fanfics no fanfiction.net, e hoje eu escrevo num documento com salvamento na nuvem no Google Drive. Namorei a fotografia alheia no Flickr e no Weheartit antes de começar a compartilhar as minhas próprias imagens, e o YouTube é outro recurso que as vezes me coloca em contato com ótimos vídeos artísticos independentes. O próprio Blogger é uma plataforma a serviço da criatividade. Se eu quero aprender a desenhar ou pintar, procuro tutoriais. As poucas aulas de desenho e pintura que fiz foram online. O Domestika me oferece cursos. O Pinterest é uma revista gratuita infinita, cheia de coisas bonitas e com acesso fácil. A alternativa a isso era ir na banca de revistas (ainda existe isso?) e comprar uma revista que me ensinasse a pintar em tecido ou fazer bordado em fita, e ela parece tão limitada. Abrir mão disso parece até meio sacrílego. Outra situação relacionada é o acesso ~livre a mídias (livros e músicas, principalmente).

Por fim, cada vez mais tenho dependido da internet para ter relações sociais. Sempre fui meio tímida e esquisita, e meu forte nunca foi fazer amigos adoidado na vida real. Mantenho contato com meus amigos mais antigos pelo Whatsapp (não moramos mais na mesma cidade), e conheci pessoas muito preciosas nesse mundinho online que procuro manter por perto, mas como a interação cotidiana se dava na pracinha das redes sociais, eu inevitavelmente perco um pouco do contato quando decido priorizar minha cabeça ser rebelde e dar as costas pras redes. E eu realmente não curto ficar sozinha por longos períodos de tempo.

Pra concluir essa trilogia, sinto que o excesso de informação virtual faz mal pra minha cabeça, e que isso ocorre principalmente nesse contexto de redes sociais e sites/apps de comércio. A informação ali não tem tanto foco no conteúdo e sim em fazer a mensagem ser ouvida - mais é mais. Sinto minhas emoções manipuladas pra me fazer ir atrás de algo e isso exige que eu pare e pense por um segundo pra não gastar meu tempo com coisas que realmente não me servem.
Não quero me tornar a velha saudosista que acha que no tempo dela tudo era melhor, mas me sinto cada vez mais a vontade blogando à moda antiga. Faz um bom tempo que escrevi algo sobre a diferença entre produzir e consumir, sendo a última uma condição passiva, e quanto mais eu penso na internet, mais eu percebo que eu fico mal quando consumo muito e produzo pouco. Me forçar a produzir mais e consumir menos parece - ao menos em teoria - uma solução pra encontrar um equilíbrio saudável aqui.

PS: esse tuite de uns tempos atrás que eu acho que foi bem pertinente:


Monday 1 April 2024

O que tem de tão ruim na internet?

Eu gosto do Twitter. É uma rede onde fiz muitos amigos, e possivelmente todas as pessoas de quem me aproximei na internet nos últimos anos foi pelo Twitter (exceção notável aos queridos que surgiram aqui para ler este blog). Mas essa porra de rede se tornou INSALUBRE após a compra pelo ceo dos foguetes lá. Já estava - eu só sobrevivia nela a base de block e silenciamento de palavras diversas desde 2018, mas piorou muito, o que foi surpreendente.
Aquele site é um hospício.

Me apetece MUITO a ideia de jogar meus pensamentos aleatoriamente em um site, e eu acho ainda mais interessante que eu consegui me conectar com pessoas por lá. O conceito do Twitter é perfeito, e acho que experimentei muito disso no começo da rede (eu usei em 2008-2010, e depois voltei em 2012): humor nonsense idiota, pessoas interagindo aleatoriamente, muitos famosos dando takes casuais como se fossem mortais como nós (parece que foi ontem que o William Bonner tava lá tuitando). Mas hoje, no meio dos anos 2020, essa internet moleque raiz com a qual eu cresci não existe mais.
Acho que com o tempo isso aqui virou um ambiente de negócios e lucro. Ao invés de compartilhar experiências genuínas, os influencers se tornaram garotos propaganda de toda a sorte de produtos e serviços. Parece que ao invés de produzir conteúdo de qualidade, o que passou a ter valor foi ter alcance e muitos seguidores. O que faz um certo sentido, porque se todo mundo está na internet, quem fala mais alto consegue influenciar mais gente. O problema é que eu não quero ser bombardeada por propaganda o tempo todo. Eu quero gastar meu tempo aqui encontrando as tais experiências genuínas, pessoas falando sobre coisas que provaram e o que acharam de verdade, sem manchetes clickbait ou uma construção de conteúdo que segue uma fórmula pré aprovada por um algoritmo. Ver fotos que alguém tirou porque gostou do que viu, não porque estava seguindo uma moda ou querendo provar algo. Eu não quero saber de trend. É pedir demais???????

Acho que o Twitter (e boa parte das redes sociais, se vocês forem ler os comentários) viraram um hospício por causa disso: as pessoas não estão mais falando de um jeito normal, e sim numa gramática pra disputar atenção a qualquer custo. As manchetes são absurdas e querem me capturar no golpe mais baixo possível, apelando pra emoções primitivas. Eu estou cansada de me preocupar com a estética de qualquer coisa que eu posto e que nunca parece atingir a linguagem visual de quem tem algum treinamento no assunto e hita na internet. Também estou cansada de ter minha atenção e emoções desviadas pra coisas que em 90% do tempo não agregam 01 unidade de coisa na minha vida, quando não me deixam pior (irritada, triste, mal humorada, desesperançosa). Eu não quero saber que o Davi do BBB está sendo perseguido, que a Beyoncé é corna, que Taylor Swift fez sei lá o que com sei lá quem. Sinto que essas coisas mexem com as minhas emoções mas me distraem de fazer o que eu realmente queria, que era aprender arte, ler livros, ouvir músicas, ver filmes e trocar figurinhas com pessoas legais sobre o que estamos vivendo.
E é tão fácil me distrair disso. Já passei tantas horas vendo vídeos satisfatórios de cozinha no Buzzfeed Tasty ou vídeos de slime e gente cortando sabonete, coisas que não agregam em NADA meus pensamentos mas me proporcionam aquela satisfaçãozinha gostosa de ver as coisas magicamente indo parar em seus lugares. É a mesma coisa que me impulsiona pro vício dos joguinhos mobile.
Acho que eu conheci a internet quando ela era uma grande praça, uma feira livre onde rolava escambo, e hoje ela é um shopping cheio de lojas querendo que eu entre a qualquer custo pra dar uma olhadinha em uma seleção de coisas misteriosas que em geral custam mais do que o valor que entregam. E eu ainda estou tentando entender por que tudo é tão artificial e desagradável às vezes.

(Tenho mais um post planejado sobre isso, bear with me. Beijo beijo e até ♥️)