Wednesday 31 January 2024

Teste projetivo do solo de guitarra

Esse post começou como a ideia de fazer uma lista dos meus solos de guitarra favoritos - desculpem, é o meu jeitinho - e acabou com uma reflexão meio pessoal de como eu acho que eles se relacionam comigo e que lugar ocupariam na minha vida. Acho que a interpretação não faz muito sentido pra outras pessoas (por isso estou chamando de teste projetivo), mas me deixem arrumar desculpas pra exaltar as músicas que eu gosto!! Não sei tocar um caralho de instrumentos musicais, mas na próxima vida eu quero vir sabendo tocar guitarra elétrica. Como pode um instrumento fazer sons tão bonitos, sabe???

post dedicado especialmente à minha amiga Thay

Quem sou eu: Lady Writer, Dire Straits, 1979


Despretensiosa, sem grandes ambições mas capaz de emocionar, filha do Mark Knopfler.

O meu parceiro (romântico) ideal: Dazed and Confused, Led Zeppelin, 1969


Assim como eu me casaria com um pedaço de queijo parmigiano-reggiano, eu me casaria com esse solo de guitarra. In a word: daring.

Experiência transcedental: Achilles Last Stand, Led Zeppelin, 1976

Acho que eu nem tenho palavras pra falar de Achilles Last Stand e é por isso mesmo que essa música está caracterizada como experiência transcedental/espiritual/religiosa (assim todo toda a minha relação com essa banda, eu to lá de boa e de repente INSTRUMENTOS MUSICAIS CONVERSANDO COM A MINHA ALMA. horrível ser fã de grupos que acabaram antes de você nascer)

Experiência de paz: Marooned, Pink Floyd, 1994

David Gilmour e acompanhamento de piano, hehehehehehheeeeeeeeeeeeeeeeee I rest my case.

Parceiro não-romântico ideal: Foreplay/Long Time, Boston, 1976

Divertido, interessante, progressivo mas principalmente consistente.

Figura materna: Free Bird, Lynyrd Skynyrd, 1973

Incansável, lendária e upbeat. Essa música é mais poderosa do que boazinha, e por isso é uma boa aproximação da minha mãe.

Figura paterna: Hotel California, Eagles, 1976



Esse solo me emociona e faz eu me sentir, de alguma forma (é um teste projetivo, não perguntem), segura. 

Longing: Crush, Dave Matthews e Tim Reynolds ao vivo, 2009

Esse solo nessa versão específica dessa música nunca falha em mexer comigo, porque ele é tão intenso e progride de uma forma tão bonita. Talvez essa versão de Crush seja equivalente ao querer insistente que sempre volta pra sua vida ao pensar naquela paquera encantadora que você nunca consegue superar (e como eu estou fazendo escolhas monogâmicas nesse teste, não poderia me casar com ele pois Dazed and Confused, etc.)

Menções honrosas que eu não classifiquei, mas ainda assim acho dignas de aparecer aqui:

Comfortably Numb, Pink Floyd, 1979

DAVID GILMOOOOOOOOOOOOURRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!! Se não fosse Achilles Last Stand, a minha experiência transcedental seria esse aqui.

Bohemian Rhapsody, Queen, 1975

Fun fact sobre mim: tenho uma foto do meu casamento com uma das minhas melhores amigas na qual ambas estamos tocando air guitar em full mode Brian May e esse deve ser um dos melhores retratos que terei na vida.

Sugestões pra essa lista são sempre bem vindas. Bjo bjo até mais!! <3


Tuesday 16 January 2024

Videogracinhas

Faz muito, muito tempo que eu falo pra mim mesma que vou produzir algum tipo de conteúdo em vídeo, mas - adivinha só - nunca faço nada.
Obviamente, quando eu falo de conteúdo - é possível que vocês já me conheçam a esse ponto - não estou falando de reproduzir trend do tiktik, alimentar a internet com bait ou gravar nada conversando com a câmera. Minhas ideias sempre giram em torno de registros do cotidiano editados de forma mais ou menos poética, variando desde monthly vlogs compilando as cenas do período até montagens mais ~cinemáticas com algum tipo de roteiro em mente. Nessa última categoria, considero os videos da lifeofriza um dos maiores expoentes atuais - eles são breves, simples e lindos, a ponto de ela parecer uma protagonista de filme. Muita gente fez e faz daily vlogs ainda, graças a Deus, e eu sempre gostei muito da proposta do document your life.

Os poucos vídeos que eu efetivamente editei e pus no mundo (em modo não listado no Youtube) estão em três categorias: os primeiros eram stop-motions de todas as fotos que eu tirava a cada mês em 2013 (ano que fiz um projeto 365 dias de fotografia); depois fiz dois vlogs de viagem; e por fim em 2018 tentei fazer um veda (que me rendeu doze vídeos). São experimentos que eu gosto de rever, eles me trazem uma nostalgia gostosa das músicas que eu ouvia, os lugares que eu passava, a decoração antiga do meu quarto.
Mas eles também são muito ruins, hehe.

Tanta gente filma coisa e lança na internet que isso me dá a impressão de que é fácil fazer a mesma coisa, mas não é. Quando eu revejo as coisas que eu fiz, percebo que tenho muita dificuldade em encaixar o movimento num enquadramento (seja em pensar numa transição de cena que funcione, ou de pensar em diferentes planos), de editar (tenho dó de cortar as coisas, depois o vídeo fica longuíssimo e tedioso), de selecionar uma boa trilha sonora e fazer os takes conversarem com ela (eu realmente considero a música um negócio game-changer), de pensar com imagens em um tipo de roteiro (visualizando como eu quero que as coisas fiquem no final). Não é tão difícil visualizar uma foto na minha cabeça, mas uma foto é um frame congelado e um vídeo é infinitas vezes mais complexo, pensando assim.
Às vezes acho que eu tenho dificuldade até mesmo de filmar - eu esqueço, mexo demais a câmera, faço vídeos curtos demais, e mesmo quando tenho a intenção de fazer algo acabo desistindo.

A Lana comentou esses dias em um post sobre o desejo de fazer mais vídeos para registrar a vida, e a Bru tem vários vídeos do document your life também, que eu adorei ver. Também volta e meia eu volto pra ver os vídeos da Ba, minha primeira referência nesses videos hehehe. Enquanto eu não aprendo as skills pra fazer bons registros em vídeo (me ensinem, eu imploro), espero que esse post sirva pra congregar mais gente que gosta e se interessa por esse tipo de registro documental da vida :)

beijo beijo e até mais!!

Saturday 6 January 2024

6 on 6: Japão e o curso de fotografia do Dan Rubin

Na segunda parte da minha jornada até Tóquio, assisti um curso de fotografia para viagens que tinha disponível no serviço de entretenimento de bordo - talvez uma das coisas mais úteis já colocadas num serviço de entretenimento de bordo. O autor (que até então eu não conhecia) falou um pouco sobre as próprias viagens e sugeriu que os alunos procurassem cinco tipos de cliques na viagem: uma visão de cima (bird's eye), expressões da vida local (signs of life), perspectivas fora da rota turística (off the beaten path), movimento em linhas convergentes (middle of the road) e um olhar diferente pra algum ponto turístico obrigatório (postcard).

Achei as lições muito interessantes e do jeito que eu gosto: orientações práticas, com exemplos e espaço pra pensar como eu poderia fazer algo parecido. A coisa que esse curso mais me fez pensar foi no "elemento humano" dentro da fotografia: normalmente eu sempre queria tirar uma foto bem enquadrada e  frontal do ponto turístico famoso, mas que quando eu chegava em casa não me dizia muita coisa e me dava a sensação de que tinha fotos muito melhores na Wikipédia. É muito difícil tirar fotos sem pessoas ao fundo quando você está num monte de rolê de turista, e essa viagem foi a primeira na qual eu tentei abraçar o vuco vuco de gente na frente como parte da paisagem que eu estava observando. 

signs of life: passei vinte minutos tirando foto dessa árvore impossivelmente vermelha, e numa delas peguei essa transeunte no fundo. não sei se gostei muito dela, mas acho que ficou mais interessante que se ela não estivesse ali (eu achei MUITO dificil sair clicando pessoas aleatórias como parte da composição. e se elas não gostarem???? como fazer pra ser stealth? Meu Deus, fotografar não é assim tão fácil como parece)


postcard: dessa aqui eu gostei bastante: é o templo dourado (kinkaku-ji) refletido no lago e essa carpa quase enquadrada no meio dele. também tirei fotos do templo dourado, mas tem algumas melhores no google kkkkkk

postcard número dois: rainbow bridge adornada pelos fogos em odaiba. achei que as fotos iam ficar horrorosas porque eu estava sem tripé e sentada num lugar aleatório, mas acabei gostando bastante (: como tirei essas fotos no dia antes de ir embora, elas me deixam nostálgica.

off the beaten path: eu não saí me aventurando muito com a câmera na mão, e essa foto não foi tão fora da rota, mas no meu caminho pra ver a torre de tóquio entrei nesse santuáriozinho de estátuas que tinham a intenção de evocar proteção pras crianças. passei por várias e desse ponto em diante não podia avançar, e ainda tinham muitas, muitas - isso me impressionou.

bird's eye: eu também não tirei muitas fotos de cima, mas essa foi do observatório do prédio do governo metropolitano de tóquio. haja prédio e haja gente nessa cidade

middle of the road: achei que essa ia ser a categoria deixada de lado (invejo muito quem consegue tirar fotos do meio da estrada, eu morro de medo de ser atropelada, me perder no timing e o sinal abrir, etc), mas passando por bequinhos e ruazinhas no japão, eu tive algumas oportunidades. essa aqui, que enquadrei esse transeunte de costas bem no meio do caminho pro templo senso-ji ficou, modéstia à parte, super legal)

E esse foi o Japão drops do dia!!

Pra ver as primeiras fotos do ano, o 6 on 6 continua: Amanda (Cardamomo) - Arantxa (Arantchans) - Liz (Liz Sales) - Nat (Nasetet) - Vanessa (Tristezinhas Cotidianas) <3

 bjo bjo e até mais!