Monday 8 April 2024

Por que não consigo ficar offline?

Ficar offline, como dizia Uaba no post que me deu o disparo pra começar a escrever isso aqui, parece a solução ideal. Limpar minha cabeça das porcarias que recebo involuntariamente e voltar a ter tempo pra fazer como um jovem nos anos 90: ler livros, conhecer os livros nas livrarias, pisar na grama, tirar fotos e esperar uma semana pra ver o resultado, ligar pra conversar com uma pessoa de verdade, usar todos os papéis que eu guardo num junk journal analógico, escrever uma carta de uma página inteira, assistir os programas de tv que a tv escolhe ao invés de ser soterrada por mil opções de streaming. 

Mas eu não consigo.

tirei essa foto pra ilustrar o post, não gostei dela mas gostei das cores pós edição

Eu gosto da internet. Eu gosto do fato de que esse blog só existe por causa dela, que me permite manter um contato com vários outros donos de blogs legais. A internet me permite conhecer pessoas legais que moram bem longe de mim, e aprender coisas que de outro modo me custariam mais tempo, dinheiro ou nem seriam acessíveis. Eu não quero renunciar a isso.
Sou uma usuária crônica do Google pra resolver minha vida, a marca de ter crescido nos anos 2000-2010. Meu histórico atual revela que nas últimas horas eu precisei descobrir quem é Peridot do Steven Universe, tentei aprender como colocar múltiplos status no widget do status cafe, o contexto da piada "todo viado é surdo" (dúvida oriunda do artigo sobre o Casseta & Planeta na wikipedia), o que é uma Pop 100 e se o tuíte "é corna mas ela dirige o carro dele todos os dias" era um meme ou uma fala genuína de alguém (dúvida oriunda dos tuítes sobre o cd novo da Beyoncé). Se eu abandonar a internet, como responderei todas essas dúvidas? Ao mesmo tempo que me pergunto isso, percebo que todas essas dúvidas vieram do uso da internet. Detesto a ideia de não saber das coisas, e estar online me proporciona aprender um monte de coisa nova - mas expondo assim me parece que nem todas essas coisas são realmente importantes.

Também venho bater ponto aqui quando estou me sentindo criativa. Tenho a impressão que nunca fui criativa offline, se eu descontar algumas histórias bobas que escrevi antes dos onze anos de idade. Meus primeiros passos no mundinho expressão da minha cabeça foi escrevendo fanfics no fanfiction.net, e hoje eu escrevo num documento com salvamento na nuvem no Google Drive. Namorei a fotografia alheia no Flickr e no Weheartit antes de começar a compartilhar as minhas próprias imagens, e o YouTube é outro recurso que as vezes me coloca em contato com ótimos vídeos artísticos independentes. O próprio Blogger é uma plataforma a serviço da criatividade. Se eu quero aprender a desenhar ou pintar, procuro tutoriais. As poucas aulas de desenho e pintura que fiz foram online. O Domestika me oferece cursos. O Pinterest é uma revista gratuita infinita, cheia de coisas bonitas e com acesso fácil. A alternativa a isso era ir na banca de revistas (ainda existe isso?) e comprar uma revista que me ensinasse a pintar em tecido ou fazer bordado em fita, e ela parece tão limitada. Abrir mão disso parece até meio sacrílego. Outra situação relacionada é o acesso ~livre a mídias (livros e músicas, principalmente).

Por fim, cada vez mais tenho dependido da internet para ter relações sociais. Sempre fui meio tímida e esquisita, e meu forte nunca foi fazer amigos adoidado na vida real. Mantenho contato com meus amigos mais antigos pelo Whatsapp (não moramos mais na mesma cidade), e conheci pessoas muito preciosas nesse mundinho online que procuro manter por perto, mas como a interação cotidiana se dava na pracinha das redes sociais, eu inevitavelmente perco um pouco do contato quando decido priorizar minha cabeça ser rebelde e dar as costas pras redes. E eu realmente não curto ficar sozinha por longos períodos de tempo.

Pra concluir essa trilogia, sinto que o excesso de informação virtual faz mal pra minha cabeça, e que isso ocorre principalmente nesse contexto de redes sociais e sites/apps de comércio. A informação ali não tem tanto foco no conteúdo e sim em fazer a mensagem ser ouvida - mais é mais. Sinto minhas emoções manipuladas pra me fazer ir atrás de algo e isso exige que eu pare e pense por um segundo pra não gastar meu tempo com coisas que realmente não me servem.
Não quero me tornar a velha saudosista que acha que no tempo dela tudo era melhor, mas me sinto cada vez mais a vontade blogando à moda antiga. Faz um bom tempo que escrevi algo sobre a diferença entre produzir e consumir, sendo a última uma condição passiva, e quanto mais eu penso na internet, mais eu percebo que eu fico mal quando consumo muito e produzo pouco. Me forçar a produzir mais e consumir menos parece - ao menos em teoria - uma solução pra encontrar um equilíbrio saudável aqui.

PS: esse tuite de uns tempos atrás que eu acho que foi bem pertinente:


Monday 1 April 2024

O que tem de tão ruim na internet?

Eu gosto do Twitter. É uma rede onde fiz muitos amigos, e possivelmente todas as pessoas de quem me aproximei na internet nos últimos anos foi pelo Twitter (exceção notável aos queridos que surgiram aqui para ler este blog). Mas essa porra de rede se tornou INSALUBRE após a compra pelo ceo dos foguetes lá. Já estava - eu só sobrevivia nela a base de block e silenciamento de palavras diversas desde 2018, mas piorou muito, o que foi surpreendente.
Aquele site é um hospício.

Me apetece MUITO a ideia de jogar meus pensamentos aleatoriamente em um site, e eu acho ainda mais interessante que eu consegui me conectar com pessoas por lá. O conceito do Twitter é perfeito, e acho que experimentei muito disso no começo da rede (eu usei em 2008-2010, e depois voltei em 2012): humor nonsense idiota, pessoas interagindo aleatoriamente, muitos famosos dando takes casuais como se fossem mortais como nós (parece que foi ontem que o William Bonner tava lá tuitando). Mas hoje, no meio dos anos 2020, essa internet moleque raiz com a qual eu cresci não existe mais.
Acho que com o tempo isso aqui virou um ambiente de negócios e lucro. Ao invés de compartilhar experiências genuínas, os influencers se tornaram garotos propaganda de toda a sorte de produtos e serviços. Parece que ao invés de produzir conteúdo de qualidade, o que passou a ter valor foi ter alcance e muitos seguidores. O que faz um certo sentido, porque se todo mundo está na internet, quem fala mais alto consegue influenciar mais gente. O problema é que eu não quero ser bombardeada por propaganda o tempo todo. Eu quero gastar meu tempo aqui encontrando as tais experiências genuínas, pessoas falando sobre coisas que provaram e o que acharam de verdade, sem manchetes clickbait ou uma construção de conteúdo que segue uma fórmula pré aprovada por um algoritmo. Ver fotos que alguém tirou porque gostou do que viu, não porque estava seguindo uma moda ou querendo provar algo. Eu não quero saber de trend. É pedir demais???????

Acho que o Twitter (e boa parte das redes sociais, se vocês forem ler os comentários) viraram um hospício por causa disso: as pessoas não estão mais falando de um jeito normal, e sim numa gramática pra disputar atenção a qualquer custo. As manchetes são absurdas e querem me capturar no golpe mais baixo possível, apelando pra emoções primitivas. Eu estou cansada de me preocupar com a estética de qualquer coisa que eu posto e que nunca parece atingir a linguagem visual de quem tem algum treinamento no assunto e hita na internet. Também estou cansada de ter minha atenção e emoções desviadas pra coisas que em 90% do tempo não agregam 01 unidade de coisa na minha vida, quando não me deixam pior (irritada, triste, mal humorada, desesperançosa). Eu não quero saber que o Davi do BBB está sendo perseguido, que a Beyoncé é corna, que Taylor Swift fez sei lá o que com sei lá quem. Sinto que essas coisas mexem com as minhas emoções mas me distraem de fazer o que eu realmente queria, que era aprender arte, ler livros, ouvir músicas, ver filmes e trocar figurinhas com pessoas legais sobre o que estamos vivendo.
E é tão fácil me distrair disso. Já passei tantas horas vendo vídeos satisfatórios de cozinha no Buzzfeed Tasty ou vídeos de slime e gente cortando sabonete, coisas que não agregam em NADA meus pensamentos mas me proporcionam aquela satisfaçãozinha gostosa de ver as coisas magicamente indo parar em seus lugares. É a mesma coisa que me impulsiona pro vício dos joguinhos mobile.
Acho que eu conheci a internet quando ela era uma grande praça, uma feira livre onde rolava escambo, e hoje ela é um shopping cheio de lojas querendo que eu entre a qualquer custo pra dar uma olhadinha em uma seleção de coisas misteriosas que em geral custam mais do que o valor que entregam. E eu ainda estou tentando entender por que tudo é tão artificial e desagradável às vezes.

(Tenho mais um post planejado sobre isso, bear with me. Beijo beijo e até ♥️)

Thursday 14 March 2024

Lixão digital

A minha bio do instagram atualmente é "entusiasta de fotografia, banda de rock e de falar mal de rede social". De fotografia e banda de rock eu já falei nesse blog, tava faltando falar mal de rede social. Até que demorou bastante, mesmo eu tendo ensaiado outras vezes dar meus dois centavos sobre o assunto.


Esse post da Uaba me inspirou muitissimo quando li. Eu também queria ficar desonline, mas não consigo. O mais perto que cheguei disso foi quando, na pandemia, passei uma semana sem redes sociais e recebi a iluminação divina: ninguém me enchia o saco. Eu tive clareza de pensamento, liberta de qualquer que fosse o clamor caótico do Twitter no momento. Percebi que postar stories sobre mim e a minha vida era um exercício tosco e narcisista que não agregava nada pra ninguém e ninguém estava interessado - não mais do que eu estava interessada em selfies ou fotos de comida alheias. Ou nos memes repetidos. Ou nos stories revoltados buscando conscientizar as pessoas de uma causa - esses eram os piores, porque ninguém me convertia a nada (era 2020, mind you. Estávamos vivendo um apocalipse). Eu só virava os olhos quando a pessoa não tinha minha opinião, e me sentia mais inflamada a reclamar se a pauta era sensível a mim, mas a reclamação efetivamente não fazia nenhuma diferença porque ficava restrita à bolha da internet. Basicamente, eu gastava muito tempo e energia tentando fazer a minha vida normalzona parecer misteriosa, descolada e boa o bastante pra gerar engajamento - mas nada disso me trazia novas amizades ou pagava minhas contas. 

Depois disso fiquei sem o Instagram e passei um tempão sem Twitter. Aí fiz um outro Instagram, onde resolvi fazer tudo diferente: seguir só pessoas com quem eu não tenho vínculo emocional (pra ter menos chance de sofrer me comparando com elas), parar de seguir contas de marcas e lojas (pra receber menos anúncio e sofrer pelas coisas que eu não tenho), seguir no máximo cem pessoas (pra não me intoxicar constantemente com lixo). Acabou virando uma conta pra seguir gente que gosta de papelaria e aquarela. Se eu não te sigo ou parei de te seguir, não é nada pessoal: eu provavelmente gosto de você, e tenho interesse em partes da sua vida, mas quero controlar quando e quanto dela eu quero saber, porque tudo o que eu vejo acaba ocupando espaço na minha cabeça e se repetindo de algum modo. Às vezes, me causando bastante ansiedade. Minha conduta padrão pós-2020 é me manter ignorante do máximo de informação que eu puder, pelo bem da minha já saracoteada saúde mental - não é muito inteligente ou algo que me dá orgulho, mas tem funcionado. E devo dizer que 90% das informações que eu perco são realmente inúteis ou são coisas das quais eu tenho pouco a contribuir.

Exemplo prático: Conflito armado Israel x Palestina. Sim, sei que está acontecendo, embora eu não esteja por dentro dele neste momento. Sim, eu obviamente tenho opiniões. Obviamente estou chocada. Eu tenho algum conhecimento de política internacional pra embasar minhas opiniões? Eu tenho condições de iluminar alguém desinformado que venha a ler minha opinião? Não, então simplesmente não abri a boca sobre o assunto. Enquanto isso tem gente retuitando vídeo de gente explodindo e sangrando até a morte como se não fazer isso fosse estar pactuado com os assassinos. Mas eu já fui essa pessoa, a que pensa "os outros precisam saber disso". E não precisam não. A internet virou um grande lixão digital, cada vez mais abarrotado de sensacionalismo que informa menos e procura viralizar mais, e cada vez mais o "os outros precisam saber disso" vira "os outros precisam ver que eu me importo com isso". Faz algum sentido? Talvez aqui eu já esteja viajando na maionese. Acho que a ideia de lixão digital é justamente por ter tanta microinformação disponível sobre tanta gente, tanta coisa, que absolutamente não tem a menor relevância na minha vida e mesmo assim fica lá acumulando pó num canto do meu cérebro.

Mas eu ainda não consegui ficar offline. Vou voltar aqui e escrever mais sobre o assunto em outra hora.


Monday 11 March 2024

Almanaque da Emi #12

Eitaaaaa que o mês de março me atropelou.
Eu sei muito bem que o início do ano é uma construção totalmente arbitrária mas eu detesto os efeitos psicológicos que esse arranjo provoca em mim. Fico procrastinando os primeiros quinze dias de janeiro depois mais uns dias em fevereiro, e sempre tenho que pegar no tranco à força em março, quando já não há mais desculpas de um feriado no meio do mês pra flexibilizar os prazos.

A Bruna deixou um comentário nesse post aqui e eu fiquei pensando bastante no que ela disse sobre "treinar o olhar pra ver beleza no cotidiano" como forma de criar conteúdo visual (gente, desculpem não responder todos os comentários sempre, eu leio todos mas as vezes eu não tenho energia pra responder mas eu agradeço e aprecio todas as discussões que vocês trazem aqui!!). É cem por cento verdade, e realmente eu perdi o jeito pra fazer isso. Uma hora eu queria escrever um post sobre o assunto, de preferência junto com algum conteúdo visualmente bonito hahahahaha.
Mais dois highlights desse início de ano: comecei a fazer pilates e superei meu medo de dirigir na cidade grande sozinha.

Lidos:

Nada, pura e simplesmente. Peguei minha edição bonita de Crime e Castigo pra ler mas só avancei algumas páginas, me interessei por vários títulos e ficou por isso mesmo. Mentira: voltei a ler webtoon nos últimos meses e consumi a MARAVILHOSA Marry My Husband (que virou série no prime, o SABOR DA VINGANÇA) e Miss Abbott and the Doctor, que começa bem fofinha mas do meio pro final começa a ser repetitiva. Foi isso.

Assistidos:

Vi vários episódios de Brooklyn 99 como série de fundo (que delícia, como ela é uma ótima série pra você ver como ruído de fundo!!!) e PIREI na série Vale O Escrito da Globoplay, que é sobre crise sucessória no universo jogo do bicho carioca. Eu, como pessoa da roça cujo entendimento sobre o Rio se baseou em produções romanescas da Globo, não estava preparada pro Kinder Ovo de crime que é essa história. Milícia? Carnaval? Futebol? Máquina de caça níquel? O Rio de Janeiro não é pra amadores.
Por fim, marido me levou no cinema pra ver Dune parte 2 com ele (eu não vi a parte 1). Não me agarrei com a história, mas o filme é bom.

Links:

Só tenho artigos acadêmicos abertos no meu navegador e pouparei vocês (basicamente isso explica porque não li nada).

Ouvidos:

Meu últimos 3 meses do lastfm agora está assim:




King Crimson e Led Zeppelin trocando de lugar, do mesmo jeito que Olivia Rodrigues e Taylor Swift, um reflexo do meu vício no álbum Beat (Deus abençoe bandas que lançam discos consistentemente parecidos com os anteriores pra gente curar a ressaca de um material com outro que é basicamente o mesmo) e a descoberta das faixas ocultas do Guts. Olivinha está alimentando a adolescente de 16 anos que ainda vive em mim, e me atormenta com insegurança crônica, raiva e ansiedade social - é gostoso demais não sentir essas coisas sozinha. A loira pernuda vai lançar um cd em abril e eu não sei o que esperar.
No mais, Sabrina Carpinteira voltou a ser alvo da minha atenção (esse cd dela é realmente bom) e destaque pra minha antiga BANDINHA FAVORITA DE TODOS OS TEMPOS, SIXPENCE NONE THE RICHER!!!! Fui informada pela Yuu que eles estão planejando um comeback e eu só sei GRITAR.

Jogos:

VOLTEI A JOGAR NEOPETS. Isso é péssimo, porque esse jogo sempre me deixou ansiosa, descaralhada da cabeça e consumiu muito tempo meu, mas fiquei feliz de ter conseguido mais dois avatares :') e pets UC que eu sempre quis :'). Em janeiro e fevereiro eu tava usando o The Sims como meio de contar histórias e isso consumiu muito o meu tempo também. Foi legal enquanto durou e sinceramente quero voltar pra isso assim que puder. Em paralelo, meu interesse no Love Nikki vem caindo (fico meio chateada pq esse jogo foi minha companhia constante desde a pandemia, mas all things must pass etc). Eu detesto o fato de perder tanto tempo com jogos, mas ¯\_(ツ)_/¯¯\_(ツ)_/¯¯\_(ツ)_/¯

Hitou:

BBB - Oscar - Grammys - cd novo da Ariana Grande - RIP Akira Toriyama - Kate Middleton desaparecida


É isso, gente, bjo bjo e até!!


Thursday 8 February 2024

Life updates

Minha diretriz pra esse estabelecimento é falar mais das coisas que eu faço, menos das que eu sinto. Mas esse também é, de certa forma, um diário, de modo que talvez não esteja muito fora de lugar desabafar.


Estamos na sexta semana do ano. Já são aproximadamente quarenta dias. Sinto que passei todo esse tempo meio sorumbática, com um nada de energia para queimar com atividades externas. Ando vivendo na minha própria cabeça e procrastinando desesperadamente quase tudo o que eu tenho pra fazer. A única coisa que produzi foram algumas ceninhas de uma história que eu escrevo (e que provavelmente nunca verá a luz do dia, tenho vergonha demais). E por mais que isso seja legal, eu preciso sair da minha cabeça e fazer coisas úteis do trabalho, mas estou empurrando tudo com a barriga.

Nesses dias, eu:
Comecei um diário;
Comecei um planner 2024;
Não tirei nenhuma unidade de foto (além dessa da caneca do Yoshi, que eu nem lembrava);
Escrevi esse rolê ai;
Maratonei a série Vale o Escrito do Globoplay (sobre jogo do bicho) e fiquei obcecada no universo da contravenção;
Voltei a trabalhar, mas me sentindo um peixe fora d'água;
Voltei a jogar Neopets (KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK);
Comprei vários cosméticos da Brisa no Ar (são tantos que eu até devia fazer uma review);
Fiz coalhada seca em casa e ficou maravilhoso;
Marquei médico, fui no médico, fiz exames, aparentemente está tudo bem;
Estou obcecada ouvindo o disco Beat do King Crimson (um presente divino diante da minha ressaca do Discipline).

meus ouvidos do trimestre agora estão assim

Planos pro carnaval: como vocês não são do meu círculo social profissional, posso admitir que queria passar os 4 dias enchendo a cara, mas provavelmente ficarei em casa sozinha, tentando correr atrás do atraso das tarefas e vendo os quatro dias de desfile na globo (faz muito tempo que eu não faço isso, costumava fazer quando era criança).

Acho que fico angustiada de ver que tenho muitos recursos (tenho materiais artísticos! tenho tempo!) e ainda assim uma espécie de bloqueio mental irracional se instala. Quero o controle da minha vida de volta.

Beijo beijo e até mais :* <3

Wednesday 31 January 2024

Teste projetivo do solo de guitarra

Esse post começou como a ideia de fazer uma lista dos meus solos de guitarra favoritos - desculpem, é o meu jeitinho - e acabou com uma reflexão meio pessoal de como eu acho que eles se relacionam comigo e que lugar ocupariam na minha vida. Acho que a interpretação não faz muito sentido pra outras pessoas (por isso estou chamando de teste projetivo), mas me deixem arrumar desculpas pra exaltar as músicas que eu gosto!! Não sei tocar um caralho de instrumentos musicais, mas na próxima vida eu quero vir sabendo tocar guitarra elétrica. Como pode um instrumento fazer sons tão bonitos, sabe???

post dedicado especialmente à minha amiga Thay

Quem sou eu: Lady Writer, Dire Straits, 1979


Despretensiosa, sem grandes ambições mas capaz de emocionar, filha do Mark Knopfler.

O meu parceiro (romântico) ideal: Dazed and Confused, Led Zeppelin, 1969


Assim como eu me casaria com um pedaço de queijo parmigiano-reggiano, eu me casaria com esse solo de guitarra. In a word: daring.

Experiência transcedental: Achilles Last Stand, Led Zeppelin, 1976

Acho que eu nem tenho palavras pra falar de Achilles Last Stand e é por isso mesmo que essa música está caracterizada como experiência transcedental/espiritual/religiosa (assim todo toda a minha relação com essa banda, eu to lá de boa e de repente INSTRUMENTOS MUSICAIS CONVERSANDO COM A MINHA ALMA. horrível ser fã de grupos que acabaram antes de você nascer)

Experiência de paz: Marooned, Pink Floyd, 1994

David Gilmour e acompanhamento de piano, hehehehehehheeeeeeeeeeeeeeeeee I rest my case.

Parceiro não-romântico ideal: Foreplay/Long Time, Boston, 1976

Divertido, interessante, progressivo mas principalmente consistente.

Figura materna: Free Bird, Lynyrd Skynyrd, 1973

Incansável, lendária e upbeat. Essa música é mais poderosa do que boazinha, e por isso é uma boa aproximação da minha mãe.

Figura paterna: Hotel California, Eagles, 1976



Esse solo me emociona e faz eu me sentir, de alguma forma (é um teste projetivo, não perguntem), segura. 

Longing: Crush, Dave Matthews e Tim Reynolds ao vivo, 2009

Esse solo nessa versão específica dessa música nunca falha em mexer comigo, porque ele é tão intenso e progride de uma forma tão bonita. Talvez essa versão de Crush seja equivalente ao querer insistente que sempre volta pra sua vida ao pensar naquela paquera encantadora que você nunca consegue superar (e como eu estou fazendo escolhas monogâmicas nesse teste, não poderia me casar com ele pois Dazed and Confused, etc.)

Menções honrosas que eu não classifiquei, mas ainda assim acho dignas de aparecer aqui:

Comfortably Numb, Pink Floyd, 1979

DAVID GILMOOOOOOOOOOOOURRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!! Se não fosse Achilles Last Stand, a minha experiência transcedental seria esse aqui.

Bohemian Rhapsody, Queen, 1975

Fun fact sobre mim: tenho uma foto do meu casamento com uma das minhas melhores amigas na qual ambas estamos tocando air guitar em full mode Brian May e esse deve ser um dos melhores retratos que terei na vida.

Sugestões pra essa lista são sempre bem vindas. Bjo bjo até mais!! <3


Tuesday 16 January 2024

Videogracinhas

Faz muito, muito tempo que eu falo pra mim mesma que vou produzir algum tipo de conteúdo em vídeo, mas - adivinha só - nunca faço nada.
Obviamente, quando eu falo de conteúdo - é possível que vocês já me conheçam a esse ponto - não estou falando de reproduzir trend do tiktik, alimentar a internet com bait ou gravar nada conversando com a câmera. Minhas ideias sempre giram em torno de registros do cotidiano editados de forma mais ou menos poética, variando desde monthly vlogs compilando as cenas do período até montagens mais ~cinemáticas com algum tipo de roteiro em mente. Nessa última categoria, considero os videos da lifeofriza um dos maiores expoentes atuais - eles são breves, simples e lindos, a ponto de ela parecer uma protagonista de filme. Muita gente fez e faz daily vlogs ainda, graças a Deus, e eu sempre gostei muito da proposta do document your life.

Os poucos vídeos que eu efetivamente editei e pus no mundo (em modo não listado no Youtube) estão em três categorias: os primeiros eram stop-motions de todas as fotos que eu tirava a cada mês em 2013 (ano que fiz um projeto 365 dias de fotografia); depois fiz dois vlogs de viagem; e por fim em 2018 tentei fazer um veda (que me rendeu doze vídeos). São experimentos que eu gosto de rever, eles me trazem uma nostalgia gostosa das músicas que eu ouvia, os lugares que eu passava, a decoração antiga do meu quarto.
Mas eles também são muito ruins, hehe.

Tanta gente filma coisa e lança na internet que isso me dá a impressão de que é fácil fazer a mesma coisa, mas não é. Quando eu revejo as coisas que eu fiz, percebo que tenho muita dificuldade em encaixar o movimento num enquadramento (seja em pensar numa transição de cena que funcione, ou de pensar em diferentes planos), de editar (tenho dó de cortar as coisas, depois o vídeo fica longuíssimo e tedioso), de selecionar uma boa trilha sonora e fazer os takes conversarem com ela (eu realmente considero a música um negócio game-changer), de pensar com imagens em um tipo de roteiro (visualizando como eu quero que as coisas fiquem no final). Não é tão difícil visualizar uma foto na minha cabeça, mas uma foto é um frame congelado e um vídeo é infinitas vezes mais complexo, pensando assim.
Às vezes acho que eu tenho dificuldade até mesmo de filmar - eu esqueço, mexo demais a câmera, faço vídeos curtos demais, e mesmo quando tenho a intenção de fazer algo acabo desistindo.

A Lana comentou esses dias em um post sobre o desejo de fazer mais vídeos para registrar a vida, e a Bru tem vários vídeos do document your life também, que eu adorei ver. Também volta e meia eu volto pra ver os vídeos da Ba, minha primeira referência nesses videos hehehe. Enquanto eu não aprendo as skills pra fazer bons registros em vídeo (me ensinem, eu imploro), espero que esse post sirva pra congregar mais gente que gosta e se interessa por esse tipo de registro documental da vida :)

beijo beijo e até mais!!